Arte é algo que corre nas veias de Gabriel Santana, principalmente quando o assunto é atuação. O jovem de 24 anos já figurou em novela, seriado, filme, peça teatral e até mesmo em reality show.
Agora em 2024, mostrando não ser preso a um único rótulo, Gabriel vive uma nova fase onde foca em sua carreira como produtor cultural.
Em entrevista exclusiva à Privacy News, ele revelou detalhes de sua nova empreitada, projetos a serem lançados, relembrou sua participação no Big Brother Brasil 23 e falou sobre representatividade LGBTQIAPN+ no Brasil.
Carreira como produtor
Acostumado a aparecer em frente às câmeras, Gabriel Santana começou a dedicar esforços também nos bastidores. Ao se tornar produtor cultural, ele iniciou projetos teatrais e audiovisuais.
“Eu tenho minha produtora cultural e agora no segundo semestre vamos começar a focar não só no teatro, produzindo longas-metragens de baixo orçamento”, disse ele, que também irá atuar nas produções.
O artista comentou que investiu na carreira de produtor por um desejo pessoal e para ter mais controle dos projetos em que participa. Além disso, ele citou as diferenças da nova função para a de ator.
“Quando sou produtor, lido com coisas que eu não gostaria de lidar sendo ator, como planilha, financeiro e etc. Mas não acho que sou realizado sendo só ator. Comecei a fazer produção cultural porque eu queria fazer os meus projetos e me realizar artisticamente”, afirmou.
Projetos à vista
Santana também segue ativo em outros projetos. Recentemente ele encerrou as gravações do filme “Entramas”, onde ele interpreta o protagonista Antúrio.
“O filme conta a história de uma família circense, uma trupe de atores da década de 90. Eles têm um estilo de vida itinerante, que muitas famílias circenses têm. Eles não são necessariamente uma trupe de circo, eles são uma trupe de atores”.
O filme foi produzido com apoio da Lei Paulo Gustavo, no estado de Tocantins, dois fatos que alegraram Gabriel.
“A Lei Paulo Gustavo está possibilitando que novas histórias culturais sejam contadas, dando oportunidade de crescimento para o audiovisual em outros estados que, às vezes, não têm tanta oportunidade quanto o Rio-São Paulo”.
“Estou muito feliz de estar gravando aqui, porque eu não conhecia. Tocantins me surpreendeu muito, é o estado que eu mais me encantei de visitar e trabalhar”.
O jovem também pretende criar, através de sua produtora, uma peça musical inspirada no livro “As Guardiãs Elementais”, de Erick Mafra, que deve estrear em 2025.
Além disso, o ator apresenta o podcast “O Amor na Influência” ao lado de Regina Volpato. “Ela é um amor de pessoa. A gente grava se divertindo, conversamos muito, trocamos muito profissionalmente, nos admiramos”, comentou.
Transformando o corpo e mudando papéis
Recentemente o ex-BBB passou por uma transformação física em seu corpo, ganhando muita massa muscular. A mudança não foi à toa e ela ocorreu justamente por causa das exigências do trabalho como ator, explicou Gabriel.
“É uma demanda mercadológica que é quase que imposta sobre nós. Chega um momento na vida do homem cis ator em que ele fica num limbo de papéis. Quando você tem entre 18 e 24 anos, sempre vai fazer papel de 18, 19, 20 anos, no máximo. Depois disso, já vem os grandes galãs”.
“É quase como se fosse uma quebra física: ou é um menininho ou é um galã. Percebi que em algum momento eu iria cair nesse limbo de transição e que, para facilitar e ter mais chances em papéis maduros, com drama, profundidade e não ficar sem trabalhar, uma das possibilidades seria transformar meu corpo para se enquadrar nessa caixinha”.
Como é o pós-BBB
É comum artistas receberem mais oportunidades após deixarem o Big Brother Brasil e isso não foi diferente para Gabriel Santana, 11º eliminado da penúltima edição do reality.
“O período em que eu mais trabalhei como ator foi pós-BBB, consegui me estabilizar financeiramente como ator. Tive um grande impulsionamento na minha carreira. O que eu ia alcançar em 5, 10 anos, agora tenho perspectiva de alcançar em 1, 2, 3 anos, no máximo”.
Antigos participantes do programa já comentaram sobre serem rotulados exclusivamente como “ex-BBBs”, muito por conta da alta influência do reality no entretenimento nacional. Inclusive, Gabriel comentou sobre a dificuldade de não ser estigmatizado pela mídia atualmente.
“As pessoas te estigmatizam. Já fui estigmatizado como ex-ator mirim, hoje sou estigmatizado como ex-BBB, como uma pessoa bissexual, como mil coisas. A questão é: vou reforçar esse lugar em que estão tentando me colocar e dizer que sou só isso ou vou dizer, ‘eu sou isso e, além disso, tudo isso?’”, acrescentou.
Representatividade LGBT
Por ser bissexual e uma figura pública, Gabriel passou a ser um representante LGBTQIAPN+ na mídia nacional. O ator, portanto, tenta usar sua influência para reforçar o direito à liberdade que todos devem ter.
“Eu julgo atitudes, não pessoas. Hoje temos um debate muito grande sobre preconceitos estruturais que são enraizados e ensinados para nós. Muitas vezes as pessoas não estão sendo maldosas e preconceituosas, é uma reprodução”, refletiu Gabriel. “Quando alguém fala de mim, eu sei que aquela fala tem mais a ver com a pessoa que disse do que comigo. É uma questão mal resolvida dela mesma”.
“Não dá para salvar o mundo, então eu tento fazer a minha parte. O máximo que posso fazer é usar o meu corpo, meu trabalho e minha imagem como ferramenta de transformação, seja criando conteúdos pra internet, com produções de teatro ou de audiovisual, no podcast, corrigindo um amigo ou até minha família numa fala equivocada”.
Fã de cultura geek e “nerdzinho”
Em um momento mais descontraído, Gabriel Santana comentou sobre as coisas que gosta de fazer em seu tempo livre e se revelou ser um assíduo da cultura geek e apaixonado por jogos de mesa.
“Eu sou muito geek e nerdzinho, vejo anime e gosto de jogar RPG de mesa e jogos de tabuleiro. Me formei em bacharel, estou fazendo uma pós-graduação agora e tenho vontade de fazer mestrado, então eu também gosto de estudar”.